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Foto do escritorHellen Albuquerque

Remendando História: as transformações da moda pela agulha

Ei… Me prega um botão?

Encurta essa barra. Abre o decote, descostura. Ajusta a cintura. Diminui a manga. Vestido? Só se for sobre medida. Ficou apertado, faz uma emenda.

Na dança do cerzir, como diziam, ou para os desavisados – piás de prédio – costurar, além da habilidade ágil de uma boa costureira há o instrumento que revolucionou as roupas e nos permite hoje andar fazendo remendas: a agulha.

Se acalme, não precisamos encontra-la em um palheiro, apenas na história.

Quando o abrigo era de pedra, dentro de uma nem tão aconchegante caverna, era da pele de animais selvagens, antes fontes de alimento, se faziam os primeiros trajes. A necessidade inicial da vestimenta era a temperatura. Muito antes de existir o pudor que condena as saias curtas, existia frio e calor. Daí a iniciativa de se enrolar em peles alheias. Mas enrolar não é melhor medida, precisa de um ajuste.

Uma grande criação tecnológica, passada despercebida pelos nerds desatentos, tornou possível unir um retalho a outro. É na costura feita à mão que pode se juntar duas partes de um tecido, pano, couro, casca, ou outros materiais, utilizando agulha e linha. As primeiras agulhas de costura tinham como matéria prima ossos e chifres de animal, fabricadas há mais de 30 mil anos.

As primeiras feitas de ferro vêm de Manching, na Alemanha, são do terceiro século antes de Cristo. Na China, arqueólogos encontraram na tumba de um oficial menor da Dinastia Han (202AC- 220DC) um jogo completo de costura com dedal. Seria o exemplar mais antigo desse artifício, um suporte para empurrar agulhas rústicas através de material resistente, como o couro.

Unindo uma coisa à outra, a agulha uniu pequenas partes para formar uma completa. A tecelagem, que é o entrelaçamento de fios formador dos tecidos, surge cinco mil anos atrás. Das grandes revoluções da moda e lançamentos de tendência, nada supera a ferramenta que perfura superfícies.

Como agulha une tramas, no emendo de palavras vou te contando essas histórias toda semana.

Como está seu acabamento?

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