Como canta Maxixe Machine: “nunca mais encontrei a canalha da cannabis”. Sumida e proibida, a planta nativa da Ásia também tinha seu papel na Índia e no Nepal. Na Romênia era usada em rituais e já foi encontrada ao lado de corpos de xamãs mumificados no noroeste da China. Foi no século XX que iniciaram suas restrições a começar pelos Estados Unidos, más línguas falam que a intenção era derrubar a indústria do cânhamo que colocava em ameaça os empresários da celulose.
Nisso, perde-se uma grande aliada da moda. É, sim. A cannabis seria uma maravilhosa alternativa para produção sustentável. Inclusive acredita-se que a palavra “canvas”, que significa lona, venha de cannabis, durante muito tempo as velas de embarcações a tinham como matéria prima. Calma, não se confunda, a cannabis tem uma família grande. A filha marijuana que é enrolada na seda, nada tem a ver com o tecido. O que dá a pira é o alto teor de tetraidrocanabinol (THC), um composto psicoativo, que está presente em níveis muito baixos no cânhamo industrial, o tornando um primo mais sóbrio.
O tecido é obtido a partir do caule de plantas que são processados fazendo com que a goma ou a pectina se dissolva, desta forma a fibra é passada por um longo tratamento. Pela tecelagem tornam-se fios finos e compridos. O resultado fica muito parecido com linho, porém mais durável e com baixo custo de produção. O cultivo de cânhamo produz mais por acre do que algodão e eucalipto, utilizando uma menor quantidade de agrotóxicos e se tornando ambientalmente mais aceitável. Em 4 meses a planta atinge de 1,80m a 3,60m produzindo uma média de 3 a 6 toneladas de fibra seca por hectare.
Óculos Hemp, a base de fibra cannabis
Vestimentas que levam tal matéria prima, apresentam ainda proteção contra raios ultravioleta. E são termodinâmicos, ou seja, ficam frescos durante o verão e quentes no inverno. Através das lavagens o tecido ganha maciez, e tem uma aparência natural e rústica. Mas não pense que somos os primeiros a tirar proveito da verdinha, o uso da fibra vegetal proveniente de cannabis data de doze mil anos atrás. Materiais de cânhamo foram descobertos em túmulos que datam de 8.000 antes de Cristo. Quando Cristóvão Colombo navegou para a América, seus navios eram equipados com cânhamo. Seu cultivo América colonial foi intensivo por muitos agricultores como George Washington e Thomas Jefferson. A primeira bandeira norte-americana foi costurada a partir do cânhamo por Betsy Ross. Atualmente, os maiores produtores mundiais são a Itália e a China. Grandes nomes da moda já utilizaram a fibra como Calvin Klein, Ralph Lauren, Giorgio Armani e The Body Shop. Em terras tupiniquins as plantações de Cânhamo da espécie Cannabis ruderallis são proibidas.
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